Alckmin contests market reaction: ‘if anyone had fiscal responsibility, it was the Lula government’

by

Vice-President-elect Geraldo Alckmin (PSB) contested this Thursday (10) the reaction of the financial market to criticism by President-elect Luiz Inácio Lula da Silva (PT) of the spending cap and austerity policies. He stated that if anyone had fiscal responsibility, it was the PT government.

In the auditorium of the CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), where the transition team was installed, Alckmin recalled that Lula, in the same speech, spoke of the social issue and the fiscal issue.

“President Lula was once president of the Republic, and he assumed the government with a[ivida de praticamente 60% do PIB, e quando transferiu o governo era menos de 40% do PIB. Baixou de 60% para 40% a dívida sobre PIB, e teve resultado primário, superávit primário, todos os anos. Se há alguém que teve responsabilidade fiscal, foi o governo Lula.”

Alckmin falou ainda que responsabilidade fiscal não é incompatível com a questão social. “O que precisa é a economia crescer, esse é o fator relevante. E aí é importante investimento, você ter investimento público e privado, recuperar planejamento no Brasil e bons projetos”, afirmou.

O vice-presidente eleito também atribuiu as oscilações do mercado a questões externas.

Alckmin defendeu ainda a PEC (proposta de emenda à Constituição) de Transição, negociada pelo governo eleito com o Congresso para acomodar o Bolsa Família de R$ 600 a partir de janeiro e outros gastos sociais.

“O Orçamento não foi feito pelo governo Lula e você tem um problema, o Bolsa Família, não está previsto. Eu acho que não há ninguém que seja contra você enfrentar a questão da fome, pobreza gigantesca como nós temos hoje no Brasil, e você tem a continuidade dos serviços públicos, não pode interromper serviços públicos.”

“Na verdade é um Orçamento que já estava no Congresso e que todo mundo sabe que não é factível minimamente para poder cumprir as tarefas de Estado na saúde, na educação e na continuidade inclusive das obras”, completou.

Mais cedo, Lula fez um discurso a parlamentares de partidos aliados. “Por que pessoas são levadas a sofrer para garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas dizem que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso ter teto de gastos?”, disse. “Por que a gente não estabelece um novo paradigma?”

Lula afirmou que “algumas coisas encaradas como gastos nesse país vão passar a ser vistas como investimentos.”

“Não é possível que se tenha cortado dinheiro da Farmácia Popular em nome que temos de cumprir a meta fiscal, cumprir a regra de ouro. Sabe qual é a regra de ouro nesse país? É garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite e acorde sem ter um pão com manteiga para comer todo dia.”

O mercado financeiro reagiu nesta quinta à fala do presidente, temendo a agenda fiscal do governo eleito. Investidores também digeriam os dados do IPCA de outubro, que mostravam uma aceleração da inflação no país.

Em uma rede social, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também criticou a reação do mercado.

“Estão dizendo que o mercado reagiu mal ao discurso de Lula porque enfatizou investimentos na área social em detrimento do equilíbrio fiscal”, escreveu. “Não foi o que ele disse. Mas onde estavam quando Bolsonaro fez a gastança pré-campanha eleitoral? Comparem a gestão Lula com o desastre de Bolsonaro.”

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, disse que Lula tem credibilidade e defendeu o modelo de governo proposto, combinando responsabilidade fiscal e crescimento econômico.

“Acham normal deixar uma criança com fome? Acham normal deixar um gestor de escola com R$ 0,36 para fazer alimentação escolar? Se o mercado achar que isso é prioridade. O mercado acha normal não pagar conta de água e de energia das universidades, não ter dinheiro para ciência e tecnologia, não ter pesquisa?”, questionou.

O deputado federal também chamou o Orçamento enviado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de “fake”. Segundo ele, não é possível governar o país com a previsão orçamentária feita pelo atual governo para 2023.

“Tem de encontrar uma saída. O mercado quer o quê? Qual é a saída que ele propõe? Nenhuma? Não vai respeitar o resultado das urnas, das eleições? O governo está propondo esse equilíbrio fiscal através da retomada do desenvolvimento econômico. Investimento, fazer mais obras estruturantes para o país e garantir uma transferência de renda adequada”, disse.

You May Also Like

Recommended for you

Immediate Peak